A prefeitura entregou à população mais uma obra na última quinta-feira (06/10). A praça “Prefeito Álvaro Moreira da Silva” (antiga praça de Patins) foi inaugurada, no início da noite de ontem, visando oferecer mais lazer, cultura e qualidade de vida.
Na oportunidade, a esposa do homenageado, Norma Bruno Moreira da Silva, esteve presente com alguns filhos, netos e demais familiares. Compareceram ainda o prefeito, Paulo César Vaz, e a primeira dama, Fernanda Craide Vaz; o vice-prefeito, José Cirineu Silva, acompanhado de sua esposa, Isadora Silveira; o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Tadeu Augusto Ferreira; o secretário municipal de Meio Ambiente, Arthur Ferreira Rezende Delfim; o secretário municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Thiago Santos; dentre outros secretários e diretores de departamento da prefeitura; os vereadores Reinaldo dos Reis Silva, Carlos Leonel de Oliveira, Fábio Henrique Novaes Ferreira, Gilvan Antônio da Silva, João Marcos Macedo Silveira e José Antônio Camargo Júnior; o ex-prefeito, Wilson Marega Craide; o artista plástico Wellington Melo; o historiador, Luiz Augusto Junio Melo; autoridades locais e moradores da região.
A abertura contou com a execução do Hino Nacional Brasileiro, e em seguida, os pronunciamentos das autoridades presentes.
Os moradores Lúcia Guimarães e Francisco José da Silva (Tinho) fizeram uma homenagem ao ex-prefeito Álvaro Moreira e enfatizaram a importância da reestruturação da praça de Patins, que agora será o local de visitação e passeio tanto para os moradores e outras pessoas da cidade. Os dois relembraram ainda os antigos moradores do entorno da praça, que já faleceram.
A filha do homenageado, Betânia Moreira da Silva Salgado, fez uso da palavra agradecendo a todos os envolvidos e emocionando os presentes.
“É com muito carinho, que nós, esposa e filhos do ex- prefeito, Álvaro Moreira da Silva, recebemos, neste dia, a homenagem a ele com a inauguração da praça que levará seu nome. Uma homenagem bela, cercada de autoridades e amigos e que eternizam a pessoa do sr. Álvaro. Deixo, aqui, nossos agradecimentos ao prefeito, Dr. Paulo, ao vice-prefeito Cirineu e suas esposas, à Câmara de vereadores, à secretaria de Cultura e Meio Ambiente e funcionários, especialmente, ao Thiago Santos, Tadeu Augusto, Arthur Delfim, William José, professor Luis Augusto Melo, ao vereador, José Wellington, aos amigos Tinho e Lúcia Guimarães, ao jornalista, Márcio Costa, e ao ex-prefeito, Wilson Craide, na junção de esforços para tornar realidade mais este feito da atual administração”.
Ao final, o prefeito fez suas considerações, ressaltando o trabalho incansável da secretaria de Meio Ambiente, Obras e do departamento de Limpeza para que esta obra fosse entregue à população.
Em seguida, houve o descerramento da placa inaugural ao som do Hino da Marinha “Cisne Branco”, canção preferida do senhor Álvaro.
NOVA PRAÇA
O local recebeu melhorias significativas da gestão pública, que ofertará mais comodidade e alegria ao local. Foram extraídos os resquícios de raízes mortas, retirada de todas as muretas e guarda-corpo; remoção dos anéis, exceto os que ficarão com as árvores; retirada das instalações elétricas antigas e remoção de todo o piso da praça. Na área, foi feito nivelamento e compactação do solo, instalação de bancos de madeira, plantio de margaridas coloridas em canteiros circulares em nível e aplicação de grama esmeralda nas áreas restantes. O local ainda receberá iluminação de led.
HISTÓRIA DE ÁLVARO MOREIRA DA SILVA
Álvaro Moreira da Silva nasceu no dia 12 de agosto de 1918, na cidade de Serranos, no Sul de Minas. Seus pais foram Arlindo Rodrigues da Silva e Dolores Moreira da Silva. Aos 6 anos foi com sua tia e madrinha para o Estado do Rio de Janeiro, onde estudou e trabalhou a partir de seus 8 anos. Apesar de ter pouca idade começou a trabalhar com seu tio, vendendo balas e jornais nos bondes, e mais tarde trabalhou na chapelaria, mas mantendo seus estudos. Aos 16 anos, se apresentou ao Departamento de Recrutamento da Marinha do Brasil e, apesar de não ter a idade de 18 anos, foi aceito com aval do então médico encarregado. Ali, iniciou sua carreira militar de disciplina, desafios e muita superação. Condecorado, por várias vezes, pelos serviços prestados ao país e à própria Marinha do Brasil, tanto no período de paz como no período de guerra. Nessa época, integrava o Corpo de Fuzileiros Navais.
Pelos relevantes trabalhos prestados à instituição que integrou, recebeu várias condecorações, uma delas, a Medalha Naval de Serviços de Guerra.
O primeiro sargento Álvaro retornou, ao Brasil, e continuou servindo no Corpo de Fuzileiros Navais em outros desafios. Em 1961, pediu transferência para a Reserva da Marinha.
Casou-se com Zilah Henriques e foi pai de duas filhas, uma delas já casada e residente em Piumhi. Anos depois de ter ficado viúvo, conheceu Norma Bruno, com quem se casou no ano seguinte 1964 e desse enlace, teve mais 5 filhos.
Com a personalidade realizadora, não demorou a trabalhar pelo povo de Piumhi, inicialmente, auxiliando seu sogro José II Bruno na com venda de materiais elétricos, depois, como a família de sua nova esposa se dedicava ao cultural da cidade, tornou-se presidente do Conselho deliberativo do Piumhi Tênis Clube.
Em 1968, por ocasião das festividades do centenário de Piumhi, organizou o desfile, com a participação massiva dos jovens, com militares da aeronáutica, trazidos junto com o Júnior Arantes, grande amigo. Desfile este que é lembrado, até hoje, pela organização, exuberância, grandiosidade.
Mais tarde, foi eleito presidente do Piumhi Tênis Clube, onde dedicou-se ao que sabia fazer de melhor, cuidou das finanças salvando a associação de ir a leilão, reestruturou a organização contábil e documental, reformou e construiu novas instalações dentro do clube. Ao final de seus mandatos, o clube havia sido totalmente recuperado financeira e fisicamente. Estava moderno, bonito, com serviços eficientes e o quadro sócio praticamente, duplicado.
Mas, apesar de se dedicar tanto ao PTC, ainda tinha tempo para o voluntariado do Rotary Club, e ministrando aulas no do Colégio Técnico e Comercial prof. João Machado, o que o mantinha em contato frequente com os jovens da cidade, dando a ele a oportunidade de compreender as necessidades e anseios deles.
Candidatou-se a prefeito de Piumhi, ganhando o pleito eleitoral em 1976, fazendo uma campanha limpa, honesta, franca, como jamais a cidade havia vivenciado. Foi ele que modificou a forma como os cidadãos interagiam com a prefeitura, agilizando o serviço e tornando mais eficiente e mais transparente a contabilidade do município.
Álvaro Moreira foi muito combatido pelos adversários políticos que não compreendiam aquela forma de administrar para o povo, realizar muito, seguindo a lei e não aceitando ou permitindo deslizes de quem quer que fosse. Deixou a prefeitura, após seis longos anos de administração, mas não parou de trabalhar pelo povo, atendendo aqui e ali o pedido de uma pessoa que precisava de apoio.
Cinco anos se passaram e ele foi mais uma vez chamado a realizar, dessa vez de volta ao Piumhi Tênis Clube, para a construção da tão esperada sede campestre.
Depois que deixou a presidência do PTC em janeiro de 1997, aos 79 anos se dedicou à sua horta, a escrever para os jornais, matérias sobre cultivo de hortaliças e frutas ou sobre algum assunto, sobre a guerra ou ainda, sobre navios, que conhecia muito bem. Nesse período, viu seus filhos se casarem, seus netos, seus bisnetos chegarem. Faleceu em 16 de abril de 2015, aos quase 97 anos.
Para ele, essa entrega, o trabalho, a rotina de cedo sair, se dedicar, ser amigo, poder contar com o outro, poder ajudar e ser ajudado, de amar e ser amado e cuidado, poder conversar e rir de uma boa piada o realizava, dava sentido à vida. É como seus familiares, amigos, entusiastas se lembram dele.
Talvez, seja dessa forma que ele gostaria ser lembrado, um homem simples, feliz, ciente de suas capacidades e limitações, empenhado, trabalhador, patriota, amante da natureza, um marido amoroso, um pai carinhoso e divertido, avô brincalhão, uma pessoa de bem. Teve tempo de escrever suas memórias e se dedicar à família que, talvez, fosse a sua maior paixão: mulher, filhos, netos e bisnetos.
Hoje, dá-se o nome a uma das praças centrais da cidade próximo à casa onde sempre residiu, como forma de ser relembrado pelos piumhienses que o conheceram e outros que vão sempre ouvir falar do seu nome. Uma merecida homenagem para o tenente que tanto fez pela sua cidade carinho.
